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Sérgio Rodrigues | Poltrona Kilin | Couro Caramelo | Déc 1970 | (VENDIDA)
(OBRA VENDIDA/SOLD!!)
SÉRGIO RODRIGUES – “Poltrona Kilin”
Descrição/Detalhes: Poltrona Kilin (1973), estrutura de madeira maciça, com duas laterais e duas travessas com cunhas, encosto peça única em couro (couro na cor caramelo). A madeira possui algumas marcas do tempo, mas de modo geral a poltrona está muito bem conservada.
Data: Década 70
História da Poltrona Kilin: Peça premiada pelo IAB-RJ, um grande clássico do Design Moderno Brasileiro. É a peça favorita de muitos designers e arquitetos, as formas e os encaixes da madeira, o couro flutuando no ar, feito para moldar e abraçar o corpo. Também foi uma das mais exportadas para os países nórdicos.
A Poltroa Kilin foi batizada em homenagem à sua mulher, Vera Beatriz, que Sergio chamava carinhosamente de “esquilinha”.
FRETE: Frete Gratuíto/Incluso para Florianópolis.
(OBRA VENDIDA/SOLD!!)
SÉRGIO RODRIGUES – “Poltrona Kilin”
-Descrição/Detalhes: Poltrona Kilin (1973), usada, estrutura de madeira maciça, com duas laterais e duas travessas com cunhas, encosto peça única em couro (couro na cor caramelo). A madeira possui algumas marcas do tempo, mas de modo geral a poltrona está muito bem conservada.
-Data: Década 70
-História da Poltrona Kilin: Peça premiada pelo IAB-RJ, um grande clássico do Design Moderno Brasileiro. É a peça favorita de muitos designers e arquitetos, as formas e os encaixes da madeira, o couro flutuando no ar, feito para moldar e abraçar o corpo. Também foi uma das mais exportadas para os países nórdicos.
A Poltroa Kilin foi batizada em homenagem à sua mulher, Vera Beatriz, que Sergio chamava carinhosamente de “esquilinha”.
FRETE: Incluso para Florianópolis.
-BIOGRAFIA: Sergio Rodrigues (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1927 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014).
Designer de móveis, arquiteto.
Ingressa em 1947 na Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil (FNA), no Rio de Janeiro. Em 1949, atua como professor assistente de David Xavier de Azambuja, que, em 1951, o convida a participar da elaboração do projeto do Centro Cívico de Curitiba, com os arquitetos Olavo Redig de Campos (1906-1984) e Flávio Regis do Nascimento, por intermédio de quem conhece Lucio Costa (1902-1998). Rodrigues forma-se em arquitetura em 1951. Transfere-se para Curitiba, onde cria a Móveis Artesanal Paranaense, em sociedade com os irmãos Hauner, que em 1954 contratam-no para comandar o setor de criação de arquitetura de interiores de sua nova empresa, a Forma S.A., em São Paulo. Nesse período, entra em contato com a produção de diversos designers europeus, conhece Gregori Warchavchik (1896-1972) e Lina Bo Bardi (1914-1992).
Em 1955, pede demissão da Forma, e volta ao Rio de Janeiro. Alimenta a ideia de criar um espaço de produção e comercialização do design brasileiro, que se concretiza com a abertura da Oca, em 1955. Cria na década de 1950 as poltronas Mole, Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. De 1959 a 1960, faz os primeiros estudos do SR2 – Sistema de Industrialização de Elementos Modulados Pré-Fabricados para Construção de Arquitetura Habitacional em Madeira. Os protótipos das construções são expostos no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). O sistema é utilizado na construção do Iate Clube de Brasília e de dois pavilhões de hospedagem e restaurante da Universidade de Brasília (UnB), em 1962.
Com uma variação da poltrona Mole, recebe o primeiro prêmio no Concorso Internazionale Del Mobile, em 1961, em Cantù, na Itália, escolhido entre mais de 400 convidados de 35 países. Tal premiação dá projeção internacional a sua carreira como designer de móveis. Produzida na Itália pela ISA, a poltrona foi exportada para vários países com o nome de Sheriff.
Com o objetivo de comercializar móveis produzidos em série a preços acessíveis, cria em 1963 a empresa Meia-Pataca, que se mantém no mercado até 1968. Nesse ano, vende a Oca e monta ateliê no Rio de Janeiro, onde trabalha com arquitetura de interiores para residências, escritórios e hotéis e realiza projetos para o Banco Central em Brasília e a sede da Editora Bloch, no Rio de Janeiro, além de desenvolver linhas de móveis para produção industrial. Participa da exposição Mobiliário Brasileiro – Premissas e Realidade, no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp).
Recebe o Prêmio Lapiz de Plata na Bienal de Arquitetura de Buenos Aires pelo conjunto de sua obra, em 1987. Participa, com Lucio Costa e Zanine Caldas (1919-2001), da Mostra Brasile 93 – La Costruzione de una Identità Culturale, em Brescia, Itália. Apresenta em 1991, na exposição Falando de Cadeira no MAM/RJ, diversos trabalhos realizados desde os anos 1950. Obtém em 2006, o 1º lugar na categoria mobiliário na 20ª edição do prêmio Design do, em São Paulo, com a poltrona Diz.
-Análise
Um dos mais importantes designers de móveis do Brasil, ao lado de nomes como Joaquim Tenreiro (1906-1992) e Zanine Caldas, Sergio Rodrigues tem um papel decisivo na história do mobiliário brasileiro. Autor de vasta obra, inicia a carreira como designer na década de 1950, no Rio de Janeiro, período de consolidação da arquitetura moderna. Em expressa crítica ao ecletismo, desenvolve móveis condizentes com os novos espaços da arquitetura.
São de 1956 duas criações bastante conhecidas, a cadeira CD-7 ou Lucio Costa, de madeira maciça torneada e assento em palhinha – assim apelidada em homenagem ao arquiteto, grande incentivador do trabalho de Rodrigues – e a poltrona PL-7Jockey ou Oscar Niemeyer, com estrutura de madeira e trançado de palhinha, braços esculpidos como peças únicas, com desenho anatômico, solução construtiva considerada autenticamente brasileira por Lucio Costa, embora possam ser percebidas semelhanças com certos trabalhos do arquiteto e designer dinamarquês Finn Juhl (1912-1989).
Num período em que os critérios de nacionalidade e originalidade pautam os julgamentos estéticos na arquitetura e nas artes visuais, diversos comentadores das realizações de Rodrigues, entre eles Lúcio Costa, difundem uma interpretação de seu trabalho como exemplar da singularidade brasileira.1
Sua criação mais famosa é a poltrona Mole, de 1957. Confortável e robusta, é considerada um símbolo do design nacional. Tal viés de brasilidade é reforçado pelo comentário do relatório do concurso em Cantù, em 1961, que justifica o 1º prêmio dado à peça pelos critérios de modernidade e expressão de regionalidade. O desejo de conceber um móvel que expressasse a identidade nacional é professado pelo próprio autor e enfatizado por vários comentadores e estudiosos,2 que associam a poltrona a um modo brasileiro de sentar, a idéias como preguiça e relaxamento, e enfatizam a sintonia dos móveis de Rodrigues com a descontração, informalidade e contestação de um novo estilo de vida da juventude dos anos 1960. Consideram-na uma originalidade, embora a Mole remeta a criações como a 670, de Charles Eames (1907-1978). De fato, o móvel contrasta com os padrões da época, dos delgados pés palitos, trazendo a grossura e a robustez da estrutura de madeira torneada, com correias de couro que formam uma cesta para receber os almofadões, também de couro, o que possibilita ao usuário moldar o corpo anatomicamente ao sentar-se. A poltrona, que integra o acervo do Museum of Modern Art (MoMA) de Nova York, é até hoje um sucesso de vendas.
Rodrigues recebe em 1958 um convite para elaborar peças do mobiliário para o edifício do Congresso Nacional, em Brasília, então em construção. Para a sala de espera, projeta a poltrona PO-3, que recebe mais tarde o nome de Beto, com estrutura de aço cromado e braço de madeira de lei, assento e encosto de espuma. Produz, em 1960, a mesa que fica conhecida como Itamaraty, para o Ministério das Relações Exteriores de Brasília, projeto de Oscar Niemeyer (1907-2012). Com pequenas variações, o mobiliário é usado na Embaixada do Brasil em Roma.
A convite de Darcy Ribeiro, então reitor da UnB, cria em 1962 os assentos do auditório dos Candangos, projetado pelo arquiteto Alcides da Rocha Miranda (1909-2001), para o que encontra uma criativa solução construtiva: o uso de balancins, que conferem mais conforto e facilitam a passagem de transeuntes. De concepção semelhante é a poltrona criada em 1965 para o auditório Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB/DF), de Brasília, menção honrosa no concurso do IAB naquele ano, utilizada em vários auditórios brasileiros, como o Anhembi e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), em São Paulo.
Outra poltrona célebre é a Tonico, criada em 1963 para a empresa Meia-Pataca, com almofada roliça para apoio do pescoço, sustentado por cintas reguláveis. De 1973 é a poltrona Leve Kilin PL-104, de madeira maciça e assento e encosto de lona ou couro, premiada pelo IAB em 1975.
Na década de 1980, elabora projetos para hotéis, como a cadeira DAAV e a poltrona Júlia. Nos anos 1990 continua a desenhar móveis, como as cadeiras Chico e Adolpho, feitas para a sala de reuniões da Editora Bloch. A irreverência que marca seus projetos o acompanha ao longo de mais de 50 anos de carreira ininterrupta, notada em projetos, como a espreguiçadeira Nina, de 1992, cujo desenho remete a uma caravela de Pedro Álvares Cabral, na qual ressalta a busca pelo conforto do repouso, com direito a um apoio para livros.
O exame de sua vasta produção de mobiliário permite perceber a preferência pela madeira como material principal, utilizada muitas vezes combinada com o couro ou a palhinha, outras com estofados de tecidos de fibras naturais, como o algodão e a lona e, em menor freqüência, com metal. Vale ressaltar, além do caráter inovador das peças produzidas para a Oca, a importância dessa empresa para o desenvolvimento da indústria de móveis modernos no Brasil, por sua contribuição na difusão do design brasileiro e sua aceitação no mercado. Criada em 1955 como um estúdio de arquitetura de interiores, e galeria de arte, a Oca surge estimulada pela excelente fase por que passava a arquitetura nacional.
De sua atuação como arquiteto, relativamente obliterada pela notoriedade como designer de móveis, destaca-se a idealização do SR2, sistema composto de elementos de madeira pré-fabricados para a construção de arquitetura habitacional. Na década de 1960, foram produzidas e montadas centenas de unidades, muitas delas na floresta amazônica, entre casas, conjuntos habitacionais, pousadas, clubes, restaurantes e postos ambulatoriais.3
-Notas
1. A respeito da Oca, Lucio Costa comenta como o nome da empresa define a intenção do projeto: retomar o espírito da simplicidade da casa indígena, integrar passado e presente na cultura material brasileira. Para mais detalhes, ver: SANTOS, Maria Cecília Loschiavo dos.Móvel Moderno no Brasil. São Paulo: Studio Nobel, 1995.
2. A respeito da busca pela brasilidade, ver os estudos: SANTOS, Maria Cecília Loschiavo dos. op. cit. eSANTOS, Maria Cecília Loschiavo dos. Tradição e modernidade no móvel brasileiro visões da utopia na obra de Carrera, Tenreiro, Zanine e Sérgio Rodrigues. Tese de doutorado, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, 1993. Para a pesquisadora, Sérgio Rodrigues atuou procurando pensar o Brasil pelo design, em especial seus comentários a respeito da Mole.
3. Sobre essa atividade de Sérgio Rodrigues e do SR2 ver: GALVÃO, Tânia Nunes. Sergio Rodrigues:arquiteto e desenhista de móvel. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, 2001.
Fonte: SERGIO Rodrigues. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural